CANTORA HOLANDESA MARTIE
LANÇA SEU PRIMEIRO CD DE MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
Depois do longo período de imersão cultural e pesquisa da música brasileira, a cantora holandesa Martie Rikhof lança seu primeiro álbum “Quem te viu”, no próximo dia 15 de junho, no Solar de Botafogo. Para celebrar o lançamento, Martie terá no show a participação especial do compositor guitarrista Roberto Menescal – no CD Martie gravou “Adriana”, parceria dele com Lula Freire.
Entre as canções estão no repertório grandes sucessos de Chico Buarque, Roberto Carlos, Dorival Caymmi, entre outros. O álbum traz o selo internacional da Dot Time Record, com lançamento previsto na Europa, Estados Unidos e Japão e distribuição no Brasil, através da Tratore.
O projeto tem a direção musical do renomado pianista Claudio Dauelsberg e produção de Suheri Shikera. No show Martie será acompanhada por Claudio Dauelsberg (piano), Marcelo Martins (sopros), Marco Lobo (percussão), Marcos Amorim (violão) e Rodrigo Villa (baixo). Carlos Magno assina a direção de movimento.
O crítico José Domingos Raffaelli, falecido em 2014, foi um dos primeiros a ouvir a cantora e seu envolvimento com a arte brasileira, e atestou: “Martie domina com total convicção e personalidade a música popular brasileira, selecionando o repertório com absoluto conhecimento de causa vários clássicos da MPB, dispensando à cada um delas um tratamento elaborado com esmero e qualidade”.
Influência da Música de Martie
Com uma voz única e uma técnica que permite improvisar com seus músicos, a holandesa Martie transcende o repertório usual ao misturar samba, maracatu, xote e baião com elementos europeus e universais. O CD transpira brasilidade, combinada com uma linguagem universal, na qual as inserções eletrônicas dialogam com a voz e os instrumentos acústicos, conjugando a música urbana e regional brasileira com um toque de jazz europeu.
Na sua primeira fase brasileira, Martie havia lançado um álbum digital com quatro músicas em português e inglês, com um repertório eclético, que também está presente neste novo projeto. A sua voz transborda paixão e emoção pela música brasileira e ela canta em português com uma graça única. Prova disso é sua versão para “Uva de Caminhão”, de Assis Valente, que Martie gravou num andamento ousado, pronunciando cada verso com um domínio total dos seus significados e da cadência do português brasileiro, um desafio que supera com dicção perfeita e fôlego olímpico.
O novo disco de Martie traz as canções do disco anterior e outras novas, 13 faixas no total. O título é “Quem te viu”, que foi dado por um amigo, pelo jeito brasileiro de ser que a cantora incorporou nos seus anos de Brasil. No CD, estão presentes clássicos populares, como “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, de Roberto Carlos, que recebe um tratamento inédito e especial. A voz de Martie reina poderosa sobre as letras e o instrumental, como na canção “Adriana”, de Roberto Menescal, onde dialoga com o piano e se sobressai, num arranjo suave e etéreo, com uma sonoridade quase céltica.
Outra canção que merece destaque é a parceria da cantora com o letrista Mauro Aguiar. “Soneto da Estreia” é inspirada num soneto de Vinícius de Moraes e tem a direção musical de Itamar Assiere. Para quem está numa onda mais dançante, vale a pena conferir “Nasci para Bailar”, de João Donato, e “Vestido de bolero”, de Dorival Caymmi, animadas com elementos eletrônicos inusitados.
As músicas ganharam um estilo intimista, ao mesmo tempo “cool” e “pop”, próprio da cantora.
Perfil da Cantora
Martie formou-se em jazz pelo Conservatório de Música Codarts, na Holanda, e estudou flauta transversa e piano desde muito jovem. Depois mergulhar na tradição musical europeia, a cantora e compositora conheceu o mundo do jazz, inspirada por Billie Holiday, até chegar à música brasileira. A batida e a voz João Gilberto, a maestria de Tom Jobim, a beleza das melodias e a densidade das letras das canções brasileiras que conheceu ainda em seu país, abriram o caminho para o interesse da holandesa pela MPB. Foi esta paixão que trouxe a cantora ao Brasil e a fez mergulhar no repertório brasileiro da forma mais profunda, até as raízes, sem deixar de lado a tecnologia moderna e a sólida formação europeia. Suas interpretações contrabalançam o acústico e o eletrônico de forma sensível e até inesperada, com uma concepção estética autoral.
